Os funcionários de ônibus de Salvador paralisaram as atividades no início da manhã da última segunda-feira (2), deixando milhares de usuários do transporte coletivo sem ter como se deslocar na cidade até às 9 horas. Os veículos foram impedidos de sair das garagens e 21 empresas aderiram ao movimento, que reivindica o reajuste salarial de 18%.
Nesta terça-feira (3), a categoria irá realizarr uma assembleia a partir das 9 horas, na sede do Sinergia, na capital baiana. O objetivo é definir os rumos da campanha salarial. Enquanto isso, a população deve ficar atenta às possíveis paralisações que poderão acontecer até que as negociações sejam concluídas.
A secretária Rosana Santos Silva enfrentou dificuldades para chegar ao trabalho. “Cheguei aqui no ponto às 7 horas e desde então estou esperando o ônibus que não passa, até as topics estão passando lotadas, o jeito é aguardar até às 8h", declarou. A dona de um depósito de material de construção Carla Mascarenhas caminhou bastante para chegar à sua loja. "Peguei uma topic no Itaigara até metade do caminho, o restante, tive que completar andando, subi uma ladeira imensa, porque nem táxi encontrei para fazer o percurso”, explicou ela.
Aproveitando a oportunidade, os transportes clandestinos faturaram mais na manhã de segunda-feira (2). Os motoristas das topics adoraram a paralisação. “Estou achando ótimo, só assim nós conseguimos faturar um pouco mais. Fica aí o recado da real necessidade de se ter uma frota complementar para esta cidade. Já está mais do que na hora de regularizarem nosso trabalho que é digno, mas considerado clandestino pelos empresários do transporte”, desabafou o motorista de uma topic, que preferiu não se identificar.
Além do reajuste de 18%, os rodoviários desejam a liberação de benefícios que lhes foram retirados em 2006, a gratuidade das viagens de até 110 quilômetros, o retorno do quinquênio (reajuste de 5% a partir do quinto ano de trabalho e 1% anual), abono de férias de 50% e pagamento integral das horas extras. No entanto, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Steps) considera a paralisação ilegal e irresponsável.
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