Para ir de uma cidade a outra em São Paulo, os passageiros embarcam em vans particulares superlotadas, sem nenhuma segurança, em uma viagem clandestina. Imagens mostram a precariedade do serviço.
No terminal da Barra Funda, por exemplo, são dois os tipos de transporte para o mesmo lugar. Passagens para Sorocaba são vendidas nos guichês por R$ 21. Do lado de fora, é só perguntar pelo transporte clandestino, que chega a custar R$ 13.
Na rodoviária, a viagem é de ônibus, que saem a cada 15 minutos. Na rua, o transporte é com minivans, que só partem quando estão lotadas. Quem vende as passagens são os próprios motoristas.
As minivans têm lugares para sete pessoas, só que levam mais. Uma delas é flagrada saindo com nove. No banco da frente, feito para um passageiro, viajam dois. Os vidros escuros escondem outro perigo: ninguém usa o cinto de segurança.
A maioria dos passageiros das linhas clandestinas vai de uma cidade a outra para trabalhar. São viagens diárias. Por isso, as pessoas trocam o conforto pela economia de dinheiro e pela rapidez, mesmo que isso comprometa a segurança delas na estrada.
O motorista acelera e costura em alta velocidade, sem dar nenhum sinal. Quem viaja sabe que o transporte é clandestino, mas não se preocupa. “Acidente até em casa acontece com a gente. Estou desempregada, vou fazer 60 anos, então eu prefiro o mais barato”, diz a faxineira Maria Antônia de Lima.
Sorocaba não é o único destino dos clandestinos que saem da capital. Também há linhas para várias cidades do litoral, como Praia Grande, Santos, Itanhaém e Peruíbe, e para Campinas. Os passageiros são atraídos na porta do terminal. A viagem começa numa garagem, e dura pouco mais de uma hora.
De Campinas para São Paulo, o transporte clandestino sai de um estacionamento. Um homem busca os passageiros na rua. O guichê é uma mesa nos fundos e as pessoas esperam sentadas, em cadeiras de plástico, o momento do embarque. De ônibus, o valor é R$ 21,50. Na van, são R$ 15.
A agência que controla o transporte intermunicipal em São Paulo diz que para combater o serviço ilegal são feitas fiscalizações nas estradas e que, no ano passado, 777 veículos foram apreendidos.
reportagem G1 sp
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